Sobre a fragilidade humana...
Angústias, medos, tristezas. Insensatez e descontrolo dos caminhos e voos de todos nós na estrada da existência.
A fragilidade é uma constante nas nossas vidas. Desde o nascimento e à medida que a idade avança, vamos interiorizando e percebendo a nossa finitude. Percebemos que, fisicamente, somos frágeis e que a qualquer momento podemos chegar ao final da nossa caminhada. Tememos a morte.
Sentimo-nos frágeis quando alguma coisa corre mal na nossa vida. E acontece tanta coisa, tantas vezes... tanta coisa que não queríamos que acontecesse... a vida nem sempre corre como sonhamos, encontramos obstáculos... ficamos tristes, choramos e, por vezes, descarregamos a nossa raiva e frustração para libertar as cargas negativas que nos abraçam como se fossem coletes de aço... no fundo, somos seres humanos, reagimos ao que nos acontece, segundo a nossa imperfeita humanidade.
Mergulhamos na nossa fragilidade, na fragilidade da nossa alma. Saramos as feridas e vamo-nos erguendo como podemos. Há situações que levam mais tempo a recuperar do que outras. Os altos e baixos fazem parte da nossa viagem e a fragilidade também. A cada passo, percebemos que a fragilidade caminha ao nosso lado. Somos pequenos se comparados com a grandeza do universo. Somos pequenos e frágeis. Se assumirmos a nossa imensa fragilidade, devemos ter a capacidade, sobretudo emocional, de ver além do que o espelho diz.
Será que somos assim tão frágeis? Já parámos para pensar ou interpretar aquilo que julgamos ser as nossas fragilidades? Um dos maiores pensadores da sabedoria oriental, Lao Tsé, disse-nos: “quando os homens ingressam na vida são tenros e frágeis; quando morrem são hirtos e duros. Por isso os hirtos e duros são, desde o princípio, mensageiros da morte e os tenros e frágeis são os mais credíveis mensageiros da vida.” Este mote mantém-se nos tempos atuais. A fragilidade é afinal um espelho do coração que transporta a mensagem da vida, da esperança, da comunhão e da solidariedade. Precisamos da fragilidade para nos sentirmos humanos e para transportarmos, mesmo nas horas mais difíceis, a mensagem da vida e da esperança.